quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Em Sampa, no Show de Paul
Fui a São Paulo no dia 22 de novembro. Objetivo: assistir ao show de Paul Mc Cartney. Chovia a cântaros no momento do desembarque, naquela tarde tipicamente paulistana. Os camelôs fizeram a festa. Capas de chuva de plástico, descartáveis, que no dia anterior eram vendidas a R$ 5,00 tiveram os preços majorados para R$ 10,00. Lei da oferta e da procura.
Era uma segunda-feira. O trânsito paulistano, com a chuva, estava ainda mais complicado. Fiquei no Hotel Formula 1, de frente para o Shopping Murumbi. Para conseguir um táxi, para chegar até o local do show, só entrando numa fila. Isso era o de menos, comparado com a outra fila que tivemos que encarar para entrar no estádio do Murumbi. Enquanto isso, a chuva não dava tréguas.
Até a abertura dos portões aguardamos, seguramente, por mais de uma hora. Apesar disso, não houve nenhum tumulto. Todos aguardavam com ansiedade o show do ex-beatle, depois de 17 anos da última apresentação em Sampa. Sem dúvida, um acontecimento histórico. Estávamos diante de um dos principais nomes da música Pop do século XX.
Depois que adentramos o estádio, por volta das 19h30, mais duas horas de espera até o início do espetáculo. Imagina a aflição e a fadiga. Mais de três horas em pé, debaixo de chuva, até Paul entrar no gigantesco palco. Eu estava na pista. Enquanto isso, o púbico não parava de chegar no Morumbi. Contagem final: 64 mil pessoas. Igual à noite anterior, domingo. Só que nesse dia São Pedro foi mais camarada: não choveu.
A verdade é que ninguém estava nem aí prá chuva. Ok. Tá bom. Falar isso é força de expressão. O meu filho mais novo – Danilo-, estava aborrecido. Ele usa óculos (e eu também). As lentes ficaram embaçadas, anuviadas. Um saco. Quem usa óculos sabe do que estou falando. Você pega um lenço, limpa as benditas, minutos depois, olha elas totalmente embaçadas. Assim, não dá.
Mas, deu. Por que? Por um desses milagres da natureza, a chuva parou, pouco antes do início do show. E não mais voltou. A entrada do Paul no palco foi uma apoteose. A simpatia, o carisma e a presença de palco do artista comoveram a platéia. Diferentes gerações entoaram os hits do ex-beatle em uníssono. Ele desfilou um repertório de músicas que fazem parte do imaginário popular. Músicas que expressavam o espírito de uma geração, mas que não ficaram datadas. Daí porque são contemporâneas e conquista novos admiradores.
Havia sido montada uma grande parafernália para assegurar um show irretocável. Jovens casais dançavam, se abraçavam, se beijavam. Casais nem tão jovens, faziam o mesmo. De repente, o tempo parou. Não estávamos em São Paulo, em pleno século XXI. Estávamos num local qualquer do planeta terra, em meados dos anos 60, do século passado, ouvindo e curtindo a única coisa que interessava naquele momento: a revolucionária música do quarteto de Liverpool.
Os meus dois filhos, que me acompanhavam, Danilo (de quem falei), e o Bruno, que estuda em São Paulo, estavam em êxtase. Não era para menos. O som que ecoava naquele estádio imenso embalou milhões de pessoas em todo o mundo por décadas. Todos fazíamos parte de uma única tribo: os amantes do Beatles. A música, universal, nos reunia, nos unia, nos afagava, nos inebriava. Quando Paul agradeceu: “obrigado, paulistas”, na realidade, deveria ter dito: “obrigado, brasileiros”.
O Morumbi estava lotado de pessoas de todo o Brasil. Identifiquei na platéia baianos, pernambucanos, mineiros, cariocas, paranaenses e amazonenses. É claro que os paulistas eram maioria. Verdade seja dita: eles (paulistas) nos receberam muito bem. Tudo foi - quase- irretocável. Quase, porque a chuva nos fustigou. Mas Paul não teve culpa. Pelo contrário. Ele fez daquela noite chuvosa da maior metrópole do Brasil um momento inesquecível, único. Palmas para Sir Paul Mc Cartney.
Em tempo: quem quiser saber um pouco mais sobre o repertório do show, sugiro que acesse o seguinte link: http://migre.me/37SX1
Abaixo,meu ingresso do show de Paul no dia 22 de novembro.
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