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Bob Drogin |
Acabo
de fechar a última página de um livro extraordinário “Curveball – Espionagem, Intrigas e as Informações que Provocaram a
Guerra”, do premiado jornalista Bob Drogin, que cobre assuntos de segurança
nacional e serviço secreto para o Los
Angeles Times. O livro narra em detalhes a impressionante história de um
refugiado iraquiano que em 1999 pediu asilo político na Alemanha. A obra é
jornalismo investigativo de primeira linha.
Curveball
é o codinome dado ao desertor iraquiano, um jovem engenheiro químico. Ele
informa aos agentes secretos alemães, como moeda de troca para receber asilo
político nesse país, que o regime de Sadam Hussein estava desenvolvendo armas
de destruição em massa, utilizando unidades móveis, com agentes biológicos. Com
base no depoimento desta fonte os EUA invadiram o Iraque no ano de 2003.
Só
havia um problema: a fonte era um farsante. Mas, isso passou a ser um mero
detalhe. Sobretudo devido a histeria criada após os atentados de 11 de Setembro
nos EUA. O caso foi classificado por Fredrerick Forsyth, autor de O
Dia do Chacal, como “o maior fiasco da história do serviço secreto de
inteligência em 500 anos”. Escrito em ritmo de thriller o livro disseca uma “sequência de trágicos erros de
entendimento e julgamento”.
Esse
episódio, crucial da recente história contemporânea, colocou em total
descrédito o governo de George W. Bush. O relato de Bob Drogin desnuda a grosseira manipulação
política conduzida pelos serviços de inteligência, especialmente, a CIA
(agência central de informações, pela iniciais em inglês). Depois de ler o
livro, dá vontade de oferecer o troféu Pinóquio para Bush, Colin Powel e para o
então diretor da CIA, George Tenet.
Ficha Técnica
Título: Curveball
Autor: Bob Drogin
Gênero: Reportagem
Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Ano: 2008
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