A saudade do crepúsculo
dissolve tardes solares
quebra a luz visível dos caminhos,
celebra a ternuma do vôo dos pássaros.
A saudade do crepúsculo
anuncia o ocaso do dia
beija a imensidão da noite
dissolve a transparência dos cristais.
A saudade do crepúsculo
envolve os corpos fluidos
no encontro fugaz das esquinas,
no entreolhar dos bares.
A saudade do crepúsculo
aduba a raiz dos lírios murchos
a angústia das estrelas cadentes
a fadiga dos astros infinitos.
A saudade do crepúsculo
sangra a pele do mar
provoca convulsão dos sentidos
dispersa a boca fria e úmida do luar.
(Francisco Barros)
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