sábado, 8 de março de 2008

A Política Como Espetáculo



Alguns posts atrás falei sobre a magia do poder e a sedução que provoca. Neste ano de 2008 teremos eleições municipais. Elegeremos prefeitos e vereadores. É certo que assistiremos a grandes espetáculos. Cada vez mais a política tem se travestido ou se servido de belas performances.

Charles de Gaulle, o estadista francês, sentenciou certa vez: "Ao chefe, como ao artista, é necessário o dom, moldado pelo ofício". Muitos antes dele, Shakespeare, em As you like it ("Como você gosta"), escreveu:

"O mundo é um palco,
No qual homens e mulheres são apenas atores.
Fazem sua entrada, sua saída
E a cada homem, em seu tempo, cabem vários papéis".

No livro O Estado Espetáculo, o cientista político Roger-Gérard Schwartzenberg, destaca: "A política, outrora, eram as idéias. Hoje, são as pessoas. Ou melhor, as personagens. Pois cada dirigente parece escolher um emprego e desempenhar um papel. Como num espetáculo".

Na opinião do cientista, o Estado transformou-se num "produtor" de espetáculos. Daí deriva que a política fez-se encenação. E ele completa: "Agora, todo dirigente se exibe e se dá ares de vedete. Por aí vai a personalização do poder. Fiel à sua etimologia. Pessoa não é uma palavra derivada do latim persona, que significa máscara de teatro?"

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