sábado, 29 de março de 2008

Comercial Nota 10

A partir deste Post vou comentar alguns comerciais que admiro. É o caso deste da Sony Bravia. As imagens falam por si, mas possuem como suporte uma ótima trilha musical. A somatória é poesia em movimento. A excelência técnica, que resulta na qualidade final do comercial, reforça a Sony e o seu produto: o televisor Bravia. Em outras palavras: Assegura recall para a marca. É um investimento que gera retorno, líquido e certo.

Hardy: Vinho e Música

Sabe-se que os vinhos franceses são estupendos. A reputação dos antigos gauleses no setor é incontestável. Sabe-se, também, que os vinhos de boas safras, os chamados de guarda, envelhecem e melhoram. Nem todo vinho que envelhece é bom. Muitos viram vinagre.

Existe paralelo entre vinho e música? Claro que existe. Alguns cantores(as) envelhecem e ficam melhores. O mesmo pode-se dizer de muitas bandas. São clássicos. Portanto, eternos. Vou dar um exemplo da própria França. A cantora Françoise Hardy. O seu apogeu popular foram os anos 60 e 70 do século passado. Vendo as suas apresentações mais recentes, constata-se: é como vinho de guarda. Evolui.

Vale a pena ouvi-la tomando um bom vinho, francês de preferência. Não precisa ser caro. Nem sempre o caro é melhor. Assim como, nem sempre o novo é melhor. É preciso a prova do tempo. Vale para o vinho, vale para a música. Tim-Tim.

sexta-feira, 28 de março de 2008

O Tejo é Mais Belo



O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Poema de Alberto Caeiro - Heterônimo de Fernando Pessoa

terça-feira, 25 de março de 2008

Percepção e Realidade


Se a vida é sonho, para alguns, e pesadelo, para outros tantos, é necessário - em definitivo - concordar com Ries e Traut: "A percepção é a realidade". Ou seja, Huxley com o seu "As Portas da Percepção" continua sumamente atual.

Diferente e igual


Em tempos de clonagem, é necessário fugir da padronização. Parece um paradoxo. E é. Estamos em plena modernidade (ou pós-modernidade, como preferem alguns teóricos), onde só é possível entender o mundo atual através de paradoxos. Por mais contraditório que isso possa parecer.

Todo este nariz de cera, só para concluir o seguinte: para ser diferente você tem que parecer único. Para ser único, você tem que ser igual... aos que são diferentes.

Depois do 11 de setembro


Do alto de sua prepotência, a superpotência (EUA) não tinha se dado conta: havia se preparado para a Guerra nas Estrelas mas tinha que enfrentar o "Exército de um Homem Só". Com seu fabuloso e colossal arsenal bélico não tinha agilidade para enfrentar o inimigo armado de... informações.

Flexibilidade para se adaptar às mudanças é uma questão chave nos dias que correm. Isso vale para todos os campos, não apenas para os de batalha. Inclua-se, também, o corporativo - que muito se assemelha àquele.

Ou você muda ou é mudado. Melhor: mudam com você ou de você. Para entender a forma de ação que se exige na nova economia, pode-se recorrer a uma máxima do ex-lutador de boxe Muhammad Ali, lembrada por Tom Peters: "Flutuar feito borboleta, picar feito abelha".

Tecnologia e Percepção


Uma máxima do marketing que continua mais atual que nunca:
"A evolução da tecnologia resultou numa multiplicidade de suportes para a transmissão de idéias - e em novos hábitos das pessoas em relação à mídia, que trouxe sérias dissonâncias ao próprio processo de percepção".

Marketing é Percepção



"Muita gente pensa que o marketing é uma batalha de produtos. No final das contas, supõem-se, o melhor produto vencerá. É uma ilusão. Tudo o que existe no mundo do marketing são percepções na mente dos clientes. A percepção é a realidade".
(Al Ries e Jack Traut - As 22 Consagradas Leis do Marketing)

Batalhas Íntimas

"As maiores batalhas da vida são travadas, diariamente, nos silenciosos compartimentos da alma".
David O. McKay

Álbum de Fotografias


Para uma breve reflexão, um pequeno poema do grande poeta inglês T. S. Eliot.

Lar é de onde se vem.
À medida que envelhecemos
O mundo se torna mais estranho,
Mais intrincada essa questão
De distinguir mortos e vivos.
No intenso momento
Isolado, sem antes e depois,
Mas uma vida ardendo a cada instante
E não a vida de um homem apenas.
Há um tempo para
Anoitecer à luz dos astros,
Um tempo para anoitecer
À luz das lâmpadas
(Anoitecer com o álbum de fotografias).

sábado, 15 de março de 2008

Influência da Internet


O poder de influência da Internet está em alta. Diga-se, em diferentes setores. Na política não é diferente. No processo eleitoral nos EUA isso foi comprovado recentemente. A notícia, abaixo, saiu no blog do prefeito César Maia, do Rio de Janeiro.

"Segundo um estudo da Pew Research Center for the People & The Press e Pew Internet & American Life Project, 24% dos americanos disseram que a Internet é a principal fonte de notícias para esta campanha. Em 2004, no mesmo estudo, apenas 13% o afirmaram.

Esta investigação concluiu ainda que a Internet é o principal espaço para os jovens entre os 18 e os 20 anos. Nesta faixa etária, 42% dos inquiridos atestaram que utilizam regularmente a Internet para se informarem sobre os candidatos e as incidências da campanha. Em 2004, este número apenas atingia os 20%".

Esmeralda


No ventre da terra
ocultas tuas
vestes de gala.

Mimetizas as cores
da floresta tropical
que transpira aurora.

Refletes ao sol
os verdes mares
do teu corpo raquítico.

Altiva, encaras
o destino que te fez
eterna: esperança.

(Francisco Barros)

sábado, 8 de março de 2008

Rádio É


A Internet é uma fronteira de imensas possibilidades. Ainda está muito longe de ser esgotada. As mídias tradicionais, que pareciam ameaçadas, podem até sair fortalecidas se decifrarem o enigma Internet. O rádio, entre outras mídias, está se dando conta disso. É nesse contexto que deve ser saudada a iniciativa de Antônio Leal que lançou na Internet a sua Rádio É.

A qualidade que se ouvia na Rádio Companhia agora está ao alcance de um click. Ouve-se o melhor da MPB, Jazz, Blues, poesias declamadas e informação de qualidade. Tudo 24 horas, com interatividade. O ouvinte/internauta pode sugerir músicas, textos, autores, opiniões, críticas, poesias. O projeto merece aplausos por todos que valorizam a cultura e o bom gosto.

Ah, já ia esquecendo, o endereço eletrônico é o seguinte: www.radioe.com.br
É claro que vou deixar um link no meu blog para os internautas/visitantes poderem conferir o que disse sobre a rádio.

A Política Como Espetáculo



Alguns posts atrás falei sobre a magia do poder e a sedução que provoca. Neste ano de 2008 teremos eleições municipais. Elegeremos prefeitos e vereadores. É certo que assistiremos a grandes espetáculos. Cada vez mais a política tem se travestido ou se servido de belas performances.

Charles de Gaulle, o estadista francês, sentenciou certa vez: "Ao chefe, como ao artista, é necessário o dom, moldado pelo ofício". Muitos antes dele, Shakespeare, em As you like it ("Como você gosta"), escreveu:

"O mundo é um palco,
No qual homens e mulheres são apenas atores.
Fazem sua entrada, sua saída
E a cada homem, em seu tempo, cabem vários papéis".

No livro O Estado Espetáculo, o cientista político Roger-Gérard Schwartzenberg, destaca: "A política, outrora, eram as idéias. Hoje, são as pessoas. Ou melhor, as personagens. Pois cada dirigente parece escolher um emprego e desempenhar um papel. Como num espetáculo".

Na opinião do cientista, o Estado transformou-se num "produtor" de espetáculos. Daí deriva que a política fez-se encenação. E ele completa: "Agora, todo dirigente se exibe e se dá ares de vedete. Por aí vai a personalização do poder. Fiel à sua etimologia. Pessoa não é uma palavra derivada do latim persona, que significa máscara de teatro?"

A Poesia Tem Futuro?


Ainda hoje, e sempre, pergunta-se: qual o futuro da poesia? Muito já se escreveu sobre o assunto. Um dos comentários mais brilhantes que li foi o de Pablo Neruda. Está no seu livro "Para Nacer He Nacido". Ele diz o seguinte:

"Perguntam o que acontecerá com a poesia no ano 2000.
É uma pergunta difícil. Se esta pergunta me assaltasse
num beco escuro me levaria um susto de pai e senhor meu.
Porque, o que sei eu do ano 2000? Do que estou seguro é
de que não se celebrará o funeral da poesia no próximo século.
Em cada época deram por morta a poesia, mas ela se vem
demonstrando vitalícia, ressuscita com grande intensidade,
parece ser eterna.

A poesia acompanhou os agonizantes e estancou as dores,
conduziu às vitórias, acompanhou os solitários,
foi ardente como fogo, ligeira e fresca como a neve,
teve mãos, dedos e punhos, teve brotos como a primavera:
fincou raízes no coração do homem".

Suave Decadência


Ser decadente é pejorativo? Depende do ângulo de visão. É o que assegura o nosso eterno cronista Arthur da Távola. Ele publicou, recentemente, uma crônica abordando esse assunto. Garanto que foi convincente ao defender uma posição diferente da usual. A crônica foi reproduzida no site de publicidade Acontecendo Aqui, de Santa Catarina. Quem duvidar, que confira o texto abaixo:


Um cantor em decadência


05/03/08

Alguém me diz que o cantor fulano está decadente. Certo ou errado, aquilo me machuca. E nem conheço a pessoa citada assim com desdém.

Sou um tripulante de solitárias madrugadas. De noites em que me isolo para repor as cargas multidirecionais de uma sensibilidade intensa e dispersiva. Freqüento canais, programas, estações de rádio fora da linha do sucesso, alguns - por que não dizer? - com aquele saboroso cheiro de decadência que a tudo aquece com tolerância e ternura.

Sim, decadência. Não temo a palavra. Amo-a. Sou parte dela. Decadente não é o ruim. Decadente é o bom que passou de moda. O ruim morreu. Decadente é o que não morreu porque é bom e, mesmo fora das vogas, persiste pela qualidade.

Tenho enorme reverência por tudo o que é decadente. Respeito. Porque decadente é o que permaneceu fiel ao que era e sempre foi. Casas, fachadas, muros, roupas, certos bares, pessoas que ficaram fixadas em sua geração sem ver o tempo passar, maneira de falar, pentear, morar, calçar, bailar, olhar, artistas, músicas, paredes, decorações: no decadente está o bom. O que permaneceu a despeito da avalancha de mudanças. O que resiste, apesar.

Na decadência estamos todos nós. Há algo que teima em ficar porque tem relações com o permanente, e não com o conservador. Decadente não é o superado. É o insuperável em seu momento de pobreza ou ostracismo.

Freqüento, dizia, programas, canais, rádios pelas noites e madrugadas, nos horários dos fora da mídia, quando o peso do sucesso passou e há condições de rever artistas no limbo, fora do estado de glória, ainda pouco conhecidos, ou teimosos. Gosto deles. Trazem recordações de passadas vivências. Presto-lhes em silêncio a homenagem de quem lhes sente a arte e entende a luta que empreendem.

É o impulso de um dever: o de dar atenção, aplauso fluídico aos artistas do fim de noite, do passado e da madrugada, os alijados do aplauso em vigor.

É o dever de quem se sente culpado por ter que dedicar a maior parte da sua atenção a quem está em evidência.

Afinal, o jornalista é um ser atrelado a trágicas obrigações com o mercado, o imediato, o que está sendo consumido aqui e agora.

(Arthur da Távola)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Equívocos do Marketing


O papa do marketing, Philip Kotler, alerta no seu livro "Marketing para o Século XXI - Como Criar, Conquistar e Dominar Mercados", para o que denomina de "marketing de Neandertal". São práticas atrasadas e ultrapassadas que continuam sendo adotadas nas empresas.

O autor cita seis equívocos comuns que norteiam o marketing antigo:

1. Equiparar marketing a vendas;
2. Enfatizar a conquista de clientes, e não a manutenção dos mesmos;
3. Tentar lucrar em cada transação em vez de lucrar gerenciando o valor do tempo de vida de um cliente;
4. Elevar preços com base em markup em vez de determinar preços por metas;
5. Planejar cada ferramenta de comunicação separadamente em vez de integrá-las;
6. Vender o produto em vez de tentar compreender e atender às reais necessidades dos clientes.

Nas palavras de Kotler, os clientes atuais "estão ficando mais sofisticados e mais sensíveis a preços; dispõem de pouco tempo e querem mais conveniência; vêem maior equiparação entre os fornecedores; estão menos sensíveis à marca do fornecedor e mais abertos a marcas de revendedores e marcas genéricas; têm altas expectativas quanto a serviços e atendimento; são menos fiéis aos fornecedores".

Kotler destaca que as empresas antenadas com os novos tempos "estão utilizando os meios de comunicação mais direcionados e integrando suas comunicações de marketing para transmitir uma mensagem coerente para todos os clientes".

A tendência é, cada vez mais, a empresa falar com públicos específicos, de maneira segmentada, adotando linguaguem apropriada. Outra conclusão: é fundamental aprimorar os relacionamentos. Isso faz com que a empresa melhore a sua imagem e ganhe mais credibilidade.

Diálogo Infantil


No momento em que toda a imprensa discute a aprovação de uma criança de 8 anos no vestibular de Direito da Faculdade Unip, vou reproduzir um diálogo criado pelo cartunista Feiffer e publicado em 1976, sob o título "Entre Sensos e Pensos". Vamos ao diálogo:

- A mamãe está me ensinando a soletrar, mas eu não entendia. E ela disse que era muito simples: Joel, Gato quer dizer Gato. E eu disse: Por que?

- E ela disse: porque é assim. E eu perguntei: por que era assim, e ela disse que Deus queria que fosse assim. E eu perguntei: Por que W-X-Y-Z não quer dizer gato?

- E ela disse que é porque não é assim. E eu disse por que não se eu quero que seja assim e ela disse que é por causa das regras...

- E eu disse que as regras são bobas e G-A-T-O que dizer Gato é uma regra estúpida e ultrapassada. E W-X-Y-Z quer dizer Gato é melhor e mais moderno e ela disse não tente reformar o mundo, Joel, ou você será muito infeliz.

- E eu perguntei: por que as regras antigas estão sempre certas e por que as regras novas estão sempre erradas e ela disse já fui paciente demais com você rapazinho. E agora soletre Gato do modo certo ou irá para a cama uma semana sem ver TV.

- E eu disse: quem precisa ver TV? Ela disse: deixe de ser malcriado. Você precisa de TV. E eu disse não podemos conversar como duas pessoas civilizadas. E ela disse que eu arranjei essas idéias engraçadas na rua. Ficarei sem TV durante um mês.

- E eu disse que W-X-Y-Z quer dizer Gato. E ninguém me fará mudar de idéia. A-B-C-D-E-F-G que dizer SOCORRO.

O Leitor Ideal




Para relembrar o velho e bom Mário Quintana, uma pequena jóia do seu saboroso livro Porta Giratória (Globo, 1988, Pág. 83).

O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase.
Uma frase? Que digo? Uma palavra!
O cronista escolheria a palavra do dia: "Árvore", por exemplo, ou "Menina".
Escreveria essa palavra bem no meio da página, com espaço em branco para todos os lados, como um campo aberto aos devaneios do leitor.
Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página.
Sem mais nada.
Até sem nome.
Sem cor de vestido nem de olhos.
Sem se saber para onde ia...
Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor!
E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que arte é sugestão...
E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista.
Mas nem tudo estaria perdido para esse hipotético leitor fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar os seus apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha...
Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra "Ventania". Serve?

Eros e a Escrita


Para que ou para quem se escreve? Resposta óbvia: para o leitor. Engano. O ato da escrita não é tão simples. Quem tratou do assunto com muita agudeza foi o filósofo Roland Barthes. Ele sentenciou: escrever é um modo do Eros. O que Barthes quis dizer com isso?

Quem comenta é Gustavo Bernardo, no seu livro Redação Inquieta: "Nascido de Narciso, nascido da auto-afirmação, escrever se faz Eros porque se alimenta primeiro do desejo e se realiza no exercício da sedução. No exercício do próprio amor, sempre um amor de si mesmo. O amor de si mesmo, radicalizado, perfura o espelho narcísico e chega, intenso, ao amor do outro".

Barthes poderia acrescentar: "Escrever implica calar-se, escrever é, de certa modo, fazer-se silencioso como um morto, tornar-se o homem a quem se recusa a última réplica; escrever é oferecer, desde o primeiro momento, esta última réplica ao outro".

Bernardo conclui o raciocínio do filósofo: "Escrevo. Calo. Silenciosamente, lhe entrego os meus escritos. Para além dos meus escritos, lhe entrego todo o meu silêncio. Então você, leitor ou leitora, não sei, tem nas suas mãos tanto a minha palavra quanto o meu silêncio.
Silêncio".


Crepúsculo


A saudade do crepúsculo
dissolve tardes solares
quebra a luz visível dos caminhos,
celebra a ternuma do vôo dos pássaros.

A saudade do crepúsculo
anuncia o ocaso do dia
beija a imensidão da noite
dissolve a transparência dos cristais.

A saudade do crepúsculo
envolve os corpos fluidos
no encontro fugaz das esquinas,
no entreolhar dos bares.

A saudade do crepúsculo
aduba a raiz dos lírios murchos
a angústia das estrelas cadentes
a fadiga dos astros infinitos.

A saudade do crepúsculo
sangra a pele do mar
provoca convulsão dos sentidos
dispersa a boca fria e úmida do luar.

(Francisco Barros)

O Poder


"O poder, juntamente com a glória, permanece como a mais alta aspiração e recompensa do gênero humano".
Bertrand Russel - filósofo inglês

Nada seduz mais o homem que o poder. Ele é afrodisíaco. A disputa pelo poder leva a guerras, genocídios, holocaustos. Mata-se e morre-se. A política, como invenção humana, foi uma forma de disciplinar a disputa pelo poder.

Quem tem o poder e sabe exercê-lo tem todo o resto - dinheiro, glória, fama, reputação, entre outros atributos. O dono do poder está no topo da hierarquia social. Ele pode fazer acontecer. Dita as regras.

Segundo Weber a relação de mando e obediência na política não se resume em fundamentos materiais ou em mero ato de obediência dos súditos mas também e principalmente num específico fundamento de legitimidade. Deste poder legítimo Weber especificou três tipos puros: o poder legal, o poder tradicional e o poder carismático.

Gaudêncio Torquato, professor e consultor de marketing político, lembra que "a comunicação integra o escopo das múltiplas formas de designação do poder, sendo ela, como subsistema, um componente do próprio sistema de poder".

Vinhos Argentinos


Não há o que contestar: a Argentina produz vinhos soberbos. Quem destaca esta ascensão portenha é nada mais nada menos que Robert Parker. Na edição No. 174 do periódico Wine Advocate (editado por Parker) a publicação pontua e destaca as qualidades dos terroirs argentinos e sua imbatível relação preço/qualidade. Um exemplo: o vinho Zuccardi Malamado 2003, de apenas R$ 69,50, ganhou 90 pontos da publicação. E por falar em Zuccardi, José Alberto Zuccardi visita São Paulo e Rio de Janeiro no final do mês para o lançamento da linha de vinhos "Zuccardi Série A".

terça-feira, 4 de março de 2008

Começo de História

Inicio aqui o meu blog. Tratarei de assuntos variados. A idéia é não ficar preso a temas específicos. Aqui será discutido desde política até futebol, passando por música, vinhos, administração e comunicação. Também não faltarão posts de literatura e marketing. Enfim, o ecletismo dará o tom do blog.

Uma marca que pretendo seguir: redigir posts curtos e objetivos. Claro, na medida do possível. Mas uma coisa é certa: procurarei fugir da verborragia, como o diabo da cruz. O espírito que orienta este espaço são os versos de nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade.

Por isso mesmo, quero registrar neste post inicial um poema do bardo mineiro.

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

O que dizer mais? Drummond fala por nós.