quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Diretas-Já: 25 Anos


Não posso deixar de registrar um fato histórico, transcorrido há 25 anos. Justamente no dia 25 de janeiro de 1984. O comício pelo retorno às eleições diretas para presidente da república, realizado em São Paulo, na Praça da Sé. Vivíamos em pleno Regime Militar. A escolha do Presidente da República era feita de forma indireta, através de um Colégio Eleitoral, totalmente manietado pelos militares.

O comício pelas "Diretas-Já", como o movimento ficou conhecido, detonou a maior mobilização de massas da história recente do Brasil. O pontapé dessas manifestações foi a cidade de São Paulo, para onde deslocaram-se milhares de pessoas, de diferentes localidades do Brasil. De Goiânia saíram cerca de cem ônibus, com aproximadamente três mil manifestantes. Eu estava entre eles.

Naquele 25 de janeiro de 1984 garoava em São Paulo. A multidão presente pouco se importava com as condições climáticas. Vestida de amarelo (a cor oficial da campanha), queria ouvir discursos inflamados, exigir o fim do regime militar e a volta das eleições diretas. Os oradores que mais se destacaram foram o então governador de São Paulo, Franco Montoro; o metalúrgico e líder de um partido surgido há pouco (PT), Luís Inácio Lula da Silva.

Mas dentre todos, uma figura se sobressaiu. Acabou se tornando um símbolo da luta pelo retorno à democracia no Brasil. Este personagem foi Ulysses Guimarães, que ficou conhecido pela alcunha de Sr. Diretas. A voz de Ulysses se confundia com a voz dos brasileiros que ansiavam pelo retorno à normalidade democrática.

Um dos momentos de maior emoção do comício de São Paulo foi quando a cantora Fafá de Belém entoou o Hino Nacional. Muitos não contiveram a emoção e choraram. Outra voz marcante foi a do locutor Osmar Santos (anos depois ele foi vítima de um acidente automobilístico que o deixou numa cadeira de rodas). Osmar converteu-se no locutor oficial das Diretas-Já.

Apesar de toda a mobilização popular em torno desse movimento (inclusive, em Goiânia, realizou-se um comício na Praça Cívica que reuniu milhares de manifestantes), a emenda Dante de Oliveira, que restaurava o direito do povo eleger o seu presidente foi derrotada no Congresso Nacional. Mas o movimento das Diretas-Já acabou apressando o fim do autoritarismo no Brasil. A oposição venceu os militares no Colégio Eleitoral. Tancredo Neves elegeu-se presidente. Um novo Brasil estava surgindo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Uma Semana em Sampa



Semana passada estive em São Paulo. A princípio, uma goroa se insinuou.A temperatura estava agradável, abaixo dos 20 graus. A partir do meio da semana, o clima sofreu grande mudança. Os termômetros ultrapassaram os 30 graus. Não havia dúvidas. Estávamos em pleno Verão.

Quem não está a trabalho, o que faz em São Paulo nesse calor infernal? Muitos refugiam-se nos shoppings. Outros, buscam os parques. De todos, parece que o Ibirapuera é o melhor. Um grande Oásis no meio da imensa Selva de Pedra. Ótima alternativa para quem está em plena Avenida Paulista é o Parque Trianon (Ten. Siqueira Campos).

Nesses lugares privilegiados, a céu aberto, sem ar-condicionado, é possível até ouvir os cantos dos pássaros, ler um livro na sombra das árvores. Esquece-se, por alguns instantes, que estamos numa das maiores metrópoles do mundo. Juntamente com os museus, teatros, restaurantes e bares, o que São Paulo tem de melhor são os seus acolhedores parques. Principalmente, para quem está flanando pelas manhãs ou tardes ensolaradas de Sampa.